Formação acadêmica ainda é fundamental, mas qualidades e
habilidades pessoais são diferenciais; organizações também investem em mudanças
para atrair profissionais
Profissional quer felicidade no ambiente de trabalho |
Desde a Revolução
Industrial, o perfil das organizações e, consequentemente, do trabalhador vem
evoluindo. Assim como nas relações sociais, diversas
transformações da sociedade, aliadas à globalização e às novas tecnologias,
mudaram também a concepção de trabalho e a relação entre empregado e
empregador. Especialistas analisam o perfil do novo trabalhador e
apontam as mudanças que as organizações têm enfrentado para se adaptar ao atual
modelo de relacionamento entre empresa e funcionário, que envolve bom
desempenho, aumento da produtividade e felicidade no ambiente de trabalho.
De acordo com a diretora
da Business Partners Consulting Interior São Paulo, Viviane Gonzalez, as
exigências primárias como formação acadêmica, especialização, pós-graduação ou
MBA, domínio do inglês e preferencialmente conhecimento de uma terceira língua
além de experiência na área de atuação ainda são fundamentais.
Porém, segundo Viviane,
são as qualidades e habilidades pessoais que fazem a diferença. Em um mercado muito dinâmico e cada vez mais exigente,
o que se procura é um profissional que tenha pensamento estratégico, que
enxergue a organização em toda sua amplitude, que veja as soluções e, também,
busque meios para implantá-las. “São as características do candidato que o
levam na direção certa, não apenas o conhecimento específico ou formação que
teve na Academia”, afirma.
Viviane González, diretora da Business Partners |
Para a diretora, as
qualidades que mais chamam a atenção são iniciativa, criatividade, liderança,
aprendizagem contínua, boa comunicação, habilidade para trabalhar em equipe e
capacidade de planejamento da carreira. “O trabalhador moderno é uma pessoa bem
resolvida, que possui alto grau de motivação e potencial para chegar onde
deseja. Ele não precisa de estímulos, está em constante aprendizado”, define.
O novo profissional
começou a surgir em resposta à nova lei de sobrevivência do atual mercado de
trabalho, que tem exigido contínua atualização e o desenvolvimento de
habilidades e competências. Para os trabalhadores há a recompensa de saber que,
para atrai-los e retê-los, as organizações de trabalho também estão se
adaptando.
A
mudança nas empresas
Segundo a professora da
IBE-FGV e especialista em Recursos Humanos, Beth Johann, as mudanças no perfil
do trabalhador também imprimiram uma nova postura às empresas e seus
administradores. “Antes, o executivo mandava como queria. Hoje, a situação
mudou. Ele deve ser um motivador, apresentar ideias, propor soluções, saber
ouvir, contornar e negociar. Ele tem que ser mais flexível e conhecer além de
si, o chefe autoritário não tem mais espaço. Essa é uma realidade em que as
empresas precisam se enquadrar”, afirma Johann, que destaca ainda que o chefe
não precisa ser amigo, mas deve ser respeitoso e demonstrar confiança.
De acordo com a
professora, a ampliação das oportunidades de qualificação educacional e
profissional faz com que o trabalhador passe a exigir mais. “O nível de
conhecimento adquiriu uma nova relação. O trabalhador passa a ser mais exigente
e tolerar menos problemas. As empresas precisam ter consciência desse novo
perfil e também mudar”, aponta Johann.
De olho nesta tendência, a
Dimen Medicina Nuclear investe na formação e na satisfação de seus
colaboradores, com uma política de incentivo à qualificação. O grupo fomenta a
participação de seus funcionários em cursos técnicos, de graduação,
pós-formação, congressos e simpósios, com subsídio total ou parcial pela
empresa, além de benefícios de complementação salarial, como assistência
médica, vale refeição e participação nos lucros. “A Dimen sempre foi uma
empresa inovadora e atenta às oportunidades de mercado. Por isso, investimos na
atualização constante do nosso corpo clínico, a fim de criar um ambiente de
trabalho atrativo”, explica o gestor corporativo do grupo, Luciano Engel.
Luciano Engel, da Dimen Medicina Nuclear |
Paralelo a isso, a empresa
realiza anualmente uma avaliação de competências com todos os funcionários, a
fim de definir quais treinamentos devem ser direcionados para cada função, com
o objetivo de criar um ambiente favorável para o crescimento dos colaboradores
dentro do grupo, que possui oito unidades distribuídas no Estado de São Paulo e
no Sul de Minas Gerais. “Temos um orçamento aprovado para investimento em
treinamentos que supera os 5% sobre o faturamento, muito superior à média do
mercado”, completa Luciano.
A especialista da IBE-FGV
também destaca que é preciso ter um RH estratégico com uma política de retenção
de talentos, e isso abrange diversas ações como: oferta de cursos para o
aperfeiçoamento dos funcionários, mais oportunidades, melhores salários e
benefícios que vão além da área profissional. “Ninguém sai de uma empresa que
tem um bom ambiente, uma chefia profissional e um bom salário. O funcionário só
sai se algo não estiver funcionando bem”, completa Johann.
Texto: Vieira Junior, Renata Rosa e Ana Paula Angelini
Texto: Vieira Junior, Renata Rosa e Ana Paula Angelini
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