Os olhos estão na referência


Lodo em processo de desidratação.

Referência. Se existe uma palavra que possa definir o status do gerenciamento dos recursos hídricos nas das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, essa é a melhor. Alternamos em ser o segundo ou terceiro pólo industrial do país, possuímos uma população de mais de 5 milhões de habitantes e ainda revertemos água das cabeceiras dos nossos rios, para abastecimento de mais 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo, através do Sistema Cantareira. Ainda assim, temos os melhores índices em saneamento e recursos hídricos do Brasil. Enquanto a média nacional de coleta e tratamento de esgoto gira em torno de coleta 50%  e 25%, respectivamente, na região esse número passa dos 50% no tratamento e de 80% na coleta, com estimativas de atingir os 100% dos dois quesitos até 2014. Mas ainda possuímos outra característica que nos diferencia das demais: o perfil inovador e pioneiro.

Nos últimos 22 anos, a região implantou ferramentas de gerenciamento dos recursos hídricos praticados na Europa, como a Cobrança pelo Uso da Água (municípios e empresas pagam pelo que retiram e o que poluem nos rios, sendo que o recurso arrecadado é investido em projetos de recuperação dos mananciais) e a criação de delegações para administrar os recursos, discutir e deliberar as ações de preservação e recuperação dos mananciais que garantam o abastecimento público. Tais práticas foram pioneiras no país em seus períodos de implantação.

Com o avanço dos índices de saneamento na região um novo problema surge para ser enfrentado: o aumento da produção de lodo. Quanto mais se trata água e esgoto, mais lodo se produz. O que fazer com esse resíduo? Essa é a grande discussão em âmbito nacional. A resposta? Por enquanto ninguém sabe ao certo. Em alguns casos, a falta de opção força à irresponsabilidade.

O material é, muitas vezes, despejado de forma concentrada nos rios, o que praticamente anula a melhora que o tratamento propicia. Avançamos e, agora, enfrentamos problemas que o próprio avanço nos impõe. Cabe aos Comitês de Bacias, serviços de água, Consórcio e demais órgãos do setor buscar, na história da região, escrita por eles próprios, a inspiração para mais uma vez inovar e apresentar a solução que o país espera. As atenções estão voltadas para a referência.

Foto: Acervo Consórcio PCJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário