Do amargo ao doce



Trabalhador rural sofre com esforço esxcessivo e baixo sa
Cortadores de cana” ou “bóias-frias”. São assim nomeados os escravos do século XXI. Doze, treze horas diárias. De que importa? O salário independe tempo de dedicação ao corte. O ganho está produtividade. O mínimo exigido. Com touca, boné, camisa longa, calça e botas,  os bóias frias enfrentam as exaustivas horas esforço intenso para transformar amargo trabalho, em doce. Por todo estado paulista avista-se a cana-de-açúcar. É chamarisco para cidadãos do norte do país que buscam melhores condições de vida. Com essa responsabilidade, o estado deveria rever conceitos e proporcionar condições humanas para esses trabalhadores.
Não se deve ignorar a decisão de estabelecer um piso salarial a essa classe e assim, dignificá-la. Acima de qualquer conclusão, deve estar a certeza de que esses homens e mulheres têm direitos humanos. Sofrem e buscam a tal felicidade como toda população. Não são poucas as famílias, mantidas pelo corte da cana, que nunca conheceram os direitos trabalhistas. Não são poucos os pais de família, cortadores de cana, que nunca puderam entrar em lojas de saborosos doces para presentear filhos, esposas e amigos. Simplesmente porque não têm condições de comprar o fruto da matéria-prima que extraíra sob condições precárias.
                Mas a produção não para. No cotidiano brasileiro, cada vez mais se ampliam as descobertas e a produção de novos produtos extraídos da cana; não se limita à cachaça e ao doce, mas se estende até aos combustíveis da atualidade, ecologicamente correto, como o etanol. E o que é oferecido e criado a eles, os bóias-frias? Nada mais nada menos do que a concretização da injustiça. 
                Se o Estado se lembrasse destes como cidadãos, poderia fazer com que os usineiros temessem a fiscalização do Ministério do Trabalho. Enquanto isso não acontecesse, a cana continua como a principal fonte de renda e de desgosto na região. Rege-se a idéia de que a solução é trabalhar e lutar pela sobrevivência, não mais pela vida.

Um comentário:

Unknown disse...

Se o problema fosse apenas com os bóias-frias, ai sim estaríamos bem, é triste ver que muitos enriquecem as custas de pobres trabalhadores, seja em plantações ou em construções civis, lugares onde a prática da "escravidão" é mais comum. Infelizmente não é cômodo a mídia e não da IBOPE falar sobre eles.

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